domingo, 11 de novembro de 2012

São Francisco, Rogai por nós! Despertai a solidariedade e o humanismo mais autênticos no mundo!

terça-feira, 6 de novembro de 2012




O CARISMA FRANCISCANO


1. Inspiração e sistema-eixo: restaurar a Igreja vivendo segundo a forma do santo Evangelho
Carisma:força divina conferida a uma pessoa, mas em vista da necessidade ou utilidade da comunidade religiosa. Qualidades especiais ou conjunto destas” (Dicionário).
Francisco nasceu em 1182
Ajudou na construção dos muros da cidade livre (Assis) em 1200;
Foi à guerra entre Perusa e Assis, 1202 (aos 20 anos), preso em Collestrada;
Depois de quase um ano, doente, foi libertado pelo Pai em 1203;
Caiu vítima de longa enfermidade, 1204;
Deus abria espaço em sua alma... (1Cel V)
Francisco teve momentos fortes de busca, de escuta da voz de Deus. Deus lhe fala em sonhos, nas situações existenciais, no crucificado em São Damião e principalmente através da mensagem evangélica.
A partir daí, Francisco alimenta a convicção profunda de que o Senhor lhe chamou: “O Senhor me revelou....”; “o Senhor me deu irmãos...”(Test. 14). E mesmo sentindo segurança com tais experiências, ele leva anos para tomar consciência clara dos desígnios de Deus sobre ele e da missão que lhe era confiada. Foi longo processo de maturação evolutiva.
Em 1205 Francisco prepara-se para ser armado cavaleiro, sua maior ambição. Vê em seu sonho um magnífico castelo cheio de armas e uma noiva belíssima. Tudo seria seu e de seus companheiros. Fica exultante. Toma o sonho como presságio de êxito (1Cel 6). Mas outra noite enquanto dormia na cidade de Espoleto, uma voz lhe pergunta: “quem poderia oferecer-te mais vantagens, o servo ou o Senhor?” Francisco responde: “o senhor!” E a voz: “por que então procuras o servo em vez do Senhor?” E Francisco: “Senhor, que queres que eu faça?” E a voz: “regressa para a terra de teu nascimento ..., porque lá a visão que tiveste realizar-se-á numa dimensão espiritual” (2Cel 6). Francisco volta para Assis, se retira a lugares solitários,... reza, medita: “Senhor que queres que eu faça?” um dia na igrejinha de S. Damião, o Cristo do crucifixo lhe fala: “Francisco, vai e restaura a minha casa que, como vês, está em ruínas” (2Cel 10). Francisco de repente pensa: “Ah! É isto que Deus quer de mim!” E restaura igrejas abandonada. Depois pensa e medita: “que igreja Cristo quer que eu restaure?” Descobre que é preciso restaurar a Igreja povo, Sociedade. Mas como fazer isso? Como concretizar o projeto de vida há tempo existia em seu coração?
            A resposta veio após a escuta da Palavra de Deus no Evangelho proclamado na Igreja (Mt 10; Mc 6; Lc 9 e 10). Foi aí que se deu o estalo e seu coração se sensibilizou a mudar de vida: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu ambiciono de todo o coração” (1Cel 22). A idéia, a intuição, a inspiração que tem naquele instante dar um rumo decisivo à vida de Francisco. Tudo o resto gira em torno disso. É a partir disso que sempre se parte para descobrir a inspiração primigênia, o sistema-eixo da vida, do carisma e da espiritualidade de Francisco, sua missão e seu movimento na Igreja, o caminho, os agentes e os marcos normativos.
Mas, interpretações diversas acerca do carisma já surgiram contemporaneamente ao fundador. A tendência pauperística: “viver na pobreza, sem ouro, nem prata e nem cobre”. A clericalista:“assumir a missão dos apóstolos, ser clérigo, tonsura, privilégios.”
Francisco não queria apenas viver a pobreza, nem ocupar cargos nem lugares privilegiados, não queria ter poder nas mãos, não queria sentar à direita ou à esquerda de Cristo. Ele sentia que viver segundo a forma do santo Evangelho era ocupar o último lugar, pôr-se a serviço de todos, ser menor e fraterno como Cristo que veio para servir é não para ser servido. Era renunciar a si mesmo e não ser armado cavaleiro, era renunciar a seus sonhos de grandeza e não passar para a classe dos nobres, era tomar a sua cruz e seguir Jesus. Era promover a paz no meio dos conflitos humanos, religiosos e sociais. Era vender tudo, não ser comerciante ou dono de feudos, dar aos pobres e seguir Jesus. Não era fugir aos leprosos e doentes, era curar-los, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos (Mt 10,8). Aproximar-se, aceitar-los e cuidar deles. Enfim, era mudar de lugar social e sentir-se bem entre os pequenos, pobres e doentes, leprosos; era ser menor, solidário e fraterno (Test 2).
E a razão profunda que levou Francisco a isso, era o convite de Cristo no Evangelho e na oração/meditação: “Francisco, vai e restaura a minha casa que, como vês, está em ruínas” (2Cel 10). Então, viver segundo a forma do santo Evangelho foi a maneira que Cristo inspirou a Francisco para viver sua vocação: restaurar a Igreja e transformar a Sociedade... “E tornar a sociedade uma grande família de irmãos” (Crocoli, p.87). Esta “é a inspiração primigênia e central do Carisma franciscano” (Fr. Jaime, p. 07). Assim, o núcleo central de nosso carisma é um modo de ser, de viver, capaz de transformar e restaurar as relações em vista da solidariedade e fraternidade, em vista de uma paz verdadeira fundada no amor. É a missão da paz conforme seus biógrafos (Crocoli, pp. 87-88). Esta missão leva Francisco a ultrapassar as fronteiras da Igreja, do Cristianismo, e as fronteiras do humano, e chegar à dimensão cósmica.
Só que esse modo pacífico de ser, precisa necessariamente passar pela mediação da fé, da conversão profunda, concretizando-se num projeto de vida descentrado de si mesmo e impregnado pela dinâmica do amor que vai até os mais ínfimos espaços para restaurar o homem, e preservar toda forma de vida (Crocoli, p.73-79).

2. O caminho para viver segundo a forma do santo Evangelho e transformar a sociedade é a Minoridade
No carisma franciscano a Minoridade é um dos componentes básicos. Compreende: pobreza e mudança de lugar social, desapropriação absoluta, atitude de peregrinos e forasteiros, espírito de serviço e trabalho.


2.1- Pobreza e mudança de lugar social
Francisco não define a pobreza, “quis ser pobre por que o Senhor se fez pobre por nós neste mundo” (RB VII). Pobreza para ele não era ascese. E sim mudança de lugar social, era conseqüência do amor a Cristo pobre. Exemplo disso é: “O Verbo do Pai que quis com a Virgem Maria escolher a pobreza”(2Fi). Francisco assume a pobreza-kenosis de Cristo: “esvaziamento dos esplendores divinos para colocar-se disponível nas mãos do Pai a serviço do ser humano”(Fil 2,6-8).
Segundo Frei A. Fragoso, OFM, os biógrafos não conseguem chegar a um acordo sobre qual terá sido o amor maior de Francisco: “se o Cristo feito pobre na cruz, ou se o pobre feito Cristo na terra” (Rev. Fcana. vol. I, n. 1e2, 2001, p. 46).
2.2- desapropriação absoluta
A fé revela a Francisco que Deus é o Sumo Bem. Daí todos os bens pertencer a Ele. “Não nos pertence senão os nossos vícios e pecados”(RB VI). Para Francisco, a desapropriação externa é condição para a desapropriação interna e para a total disponibilidade para servir. O verdadeiro pobre se fia em Deus (Adm XIV). É uma desapropriação não em sentido jurídico, mas em sentido evangélico, comunitária (RBVI). Deve-se considerar sempre “servo inúltil”(Lc17,10). Pois os inimigos principais da pobreza e da união fraterna são o egoísmo e o individualismo. Estes criam distâncias entre as pessoas.
2.3- Atitudes de peregrinos, itinerantes
Quem tem a segurança nas mãos do Pai celestial, quer como Cristo, ser pobre, desinstalado, não ter onde repousar a cabeça (Mt 8,20), quer sempre estar totalmente disponível para o Reino de Deus. Daí Francisco não querer instalação, mas “viver numa atitude de peregrino e forasteiro neste mundo, servindo a Deus na pobreza e humildade (RB VI), à maneira dos apóstolos enviados dois a dois” (1Cel 29).
Com isso, Francisco rompe os muros das clausuras e funda uma nova vida religiosa, popular e apostólica, em seu tempo, no meio do povo (Baldomero, I, p. 757). Daí a característica do Frade Menor ser: viver desinstalado neste mundo a exemplo da Igreja peregrina, e sendo sinal escatológico da vida que há de vir.
Foram as exigências dos tempos para a formação dos candidatos à Ordem que obrigaram os franciscanos a terem moradias estáveis. Mas continua o apelo a não assumirem compromissos contra a itinerânça.
2.4- Espírito de serviço e minoridade
Não ostentar da própria pobreza e desistalação, “mas preferir cada um julgar e desprezar a si mesmo” (RB II). Para Francisco, ser menor era achar-se com gosto entre pessoas humildes, pobres, doentes, e abandonadas; era mudar de lugar social; era amar, ter estima e admiração para imitar Cristo servo (Mt 20,28). Isso exige renúncia do “eu” após ter renunciado o “meu”.
A pobreza-minoridade é a disposição face ao Altíssimo: “Quem sois Vós e quem sou eu?” A verdadeira humildade é situar-se na verdade, que somos frágeis, mas valorizar as potencialidades e colocar-se a serviço na alegria perfeita.
2.5- Espírito de trabalho        
Na tradição monástica, o valor atribuído ao trabalho era ascético: “evitar o ócio e vencer as tentações” (RB V). Francisco tem um concepção mais evangélica e mais moderna, vendo o trabalho em função da fraternidade e da minoridade. O trabalho para ele é uma graça (RB V; Test. 20-21), é algo próprio dos servos e de quem exerce uma profissão para o sustento humano (contanto que seja trabalho honesto/RnB VII), levando em conta os dons recebidos de Deus. Então o trabalho é o meio normal de subsistência do frade menor e do homem. “Não socorrer aos necessitados é um furto”. Deve-se ter uma disponibilidade minoritica de “diaconia” a serviço da família humana. Renunciar a uma justa remuneração é anti-social o trabalho deve ser uma prática de solidariedade humana na busca dos valores espirituais do Reino dos céus (RBV).
3. A Fraternidade: a gente de transformação social
Este é um dos elementos mais significativos do carisma franciscano. “Antes de descobrir a fraternidade, Francisco descobriu o irmão. No irmão-homem revelou-se Cristo-irmão. E através de Cristo e seu Evangelho Francisco foi absorvendo o sentido pleno da paternidade Universal de Deus e família dos filhos de Deus, que irmanam os batizados, os homens todos e a criação inteira” (Fr. Jaime, p.16; Mt, 6,9; 23, 8 -9). A fraternidade franciscana é a que une os homens no amor do mesmo Pai e em beneficio da mesma salvação integrada pelo Espírito Santo.
A comunidade beneditina com seu “Ora et Labora” tinha sua regra, a agostiniana e premonstratense, tinham as suas regras: a vida comum com unidade externa e interna dirigida com um superior, pai. Na fraternidade franciscana a única coisa que os frades tem para pôr em comum é o amor fraterno. A única força de coesão e segurança de vida, na confiança na Providência divina. Aqui os atos em comum (oração, refeição) são momentos fortes de encontros e de convivência fraterna. É uma fraternidade sem superior nem pai, feita só de irmãos que cuidam uns dos outros. Daí seu carisma ser itinerante e missionário, que reúnem em fraternidade para viver a forma do santo Evangelho no mundo pregando a paz, numa comunhão intima independente da distância  geográfica,  e aberta para todos os homens e mulheres e criaturas do universo. “Pois Francisco percebia com agudeza as coisas ocultas do coração das criaturas” (ICel 81).
4. Os marcos normativos do movimento franciscano
Modelo concreto: Deus, o Sumo Bem e Cristo; o Espírito Santo e sua santa operação; submissão a Igreja Romana e a liberdade filhos de Deus.

(Fonte: BIAZUS, Frei Jaime, OFMCap. Carisma Franciscano. Brasília-DF)

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

NOSSA ORIENTAÇÃO VOCACIONAL CAPUCHINHA NO CEARÁ E PIAUÍ



NOSSA ORIENTAÇÃO VOCACIONAL CAPUCHINHA NO CEARÁ E PIAUÍ

Objetivo do nosso Serviço de Animação Vocacional (SAV):
Nosso Serviço de Animação Vocacional tem por alvo ajudar aos jovens na descoberta do projeto de Deus para a própria vida, aprofundando com eles o compromisso batismal, propondo o convite para seguir Jesus Cristo com mais radicalidade, e promovendo o coração apostólico franciscano-capuchinho no contexto e espírito missionário de nossa Província São Francisco das Chagas do Ceará e Piauí (PROCEPI).
Estratégias do Acompanhamento Vocacional em nossa Província:
Todos os frades são responsáveis por acompanhar e orientar os jovens com os quais se têm contato, levando-os a uma opção madura da vocação. Contudo, para que essa atividade seja mais fraterna, acolhedora e eficaz, existe uma equipe de Animação Vocacional da Província, ou Serviço de Animação Vocacional Provincial (SAVPROCEPI), constituída pelo Animador Vocacional Provincial e por um Animador Local em cada uma das fraternidades presentes no território da Província. Essa equipe constitui o SAV, que presta o serviço de acompanhamento a todas as pessoas que tem interesse em discernir a sua vocação e conhecer mais de perto o carisma Franciscano-Capuchinho. Elabora projeto de ação em nível de Província, como também cada Animador local com o auxílio do Formador e ou Guardião (e demais Confrades), articula sua atuação na Fraternidade e comunidade eclesial locais.
O modo como se dá nosso Acompanhamento Vocacional:
Para os jovens que desejam seguir os paços de Nosso Senhor Jesus Cristo na Forma de Vida Franciscana e Capuchinha, o SAV procura oferecer um acompanhamento mínimo de um ano e máximo de três anos (dependendo do caso se pode modificar a data, ou pedir ao jovem que tome uma decisão). Isso acontece através de: Encontros mensais; Encontro anual de Convivência Vocacional; Retiros vocacionais; Retiro de Seleção ou opção de vida; Formações Humanas (contatos com Psicólogo), Cristã e Religiosa; correspondência via carta, Telefone ou E-mails; Subsídios sobre diversos temas vocacionais (frisando a vocação Franciscano-Capuchinha, estudo da vida de santos de nossa Ordem, etc...); incentivo à inserção na vida eclesial onde moram; Visitas dos Animadores à família de cada jovem, bem como à sua comunidade eclesial/Igreja (contatos com Párocos e pessoas das comunidades); promoção de eventos como Shows Vocacionais, Cristotecas, Gincanas, panfletagem, exposição do Carisma em encontros de outras entidades/Congregações, testemunhos vocacionais, etc. Com Tríduos litúrgicos e Missas Vocacionais. Também estruturando equipes de leigos como Amigos das Vocações. Igualmente criando laços com outras Congregações e Paróquias/Comunidades Eclesiais na realização da Animação Vocacional em grupos mistos (homens e mulheres), na solidariedade pelas vocações em geral na Igreja.
Em suma, no referente ao nosso Carisma, os Animadores nos contatos com os jovens buscam perceber e avaliar se estes demonstram abertura e alegria disponível em abraçar nosso estilo de Vida pessoalmente. Pois acredita-se que seguir um carisma/Vocação envolve felicidade seja para si próprio, seja para com o grupo/Fraternidade!

Serviço de Animação Vocacional, SAV- PROCEPI
Frei Roberildo Sousa Araújo, OFMCap e Equipe de Animadores
Fortaleza, Ceará, Brasi
Paz e bem!
AVISAMOS O CANCELAMENTO do Evento/SHOW CAPUCHINHO, que se realizaria dia 10/11/12 no Ginásio do Colégio Seráfico em Messejana, mas por motivos maiores, tais como o andamento da obra de construção do Ginásio, e questões financeiras, não é possível acontecer evento de tal magnitude na referida data. E em vez de procurarmos outro espaço, achamos melhor deixar para o próximo ano, 2013, seg
undo sábado de agosto (dia 10). Antes então voltaremos a entrar em contato convosco! Agradecidos por vossa atenção, pedimos as devidas desculpas, e desejamos muitas bênçãos de Deus para vós todos/as! Que possamos mesmo assim "transmitir a Fé" como rezava a temática do Show. Paz e bem! Serviço de Animação Vocacional (SAV) dos Frades Capuchinhos/CE/PI.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

www.blogger.com/procepi@gmail.com.

ANIMAÇÃO VOCACIONAL CAPUCHINHA - SAVPROCEPI:
O PERIGO DA GERÊNCIA HUMANA FRENTE A SALVAÇÃO
Por...
: O PERIGO DA GERÊNCIA HUMANA FRENTE A SALVAÇÃO Por Frei Roberildo, OFMCap  Mesmo o assunto econômico na Bíblia sendo complexo...


O PERIGO DA GERÊNCIA HUMANA FRENTE A SALVAÇÃO

Por Frei Roberildo, OFMCap 

Mesmo o assunto econômico na Bíblia sendo complexo, sua síntese será frutífera por fornecer material eficaz para honesto trato com os bens acumulados. Sabe-se que viva foi a tensão entre o ideal da fé e as situações cotidianas no mundo do povo da Sagrada Escritura. Na política centralizadora já na época da Monarquia em Israel, problemas como a desigualdade social e corrupção dos costumes, fizeram nascer o profetismo para relembrar que Deus é Senhor de todo o criado, restando ao ser humano gerir como serviço e não como usura. Mas se constatou que para superar a injustiça da chefia humana, só foi possível com a graça de Cristo no Novo Testamento na devida aceitação da Fé!
O tema da economia tem sido um dos aspectos mundanos que sempre se constituiu ídolo encantador. As tensões continuam na história! O mais chocante é que pessoas a quem Deus revela seus desígnios facilmente se desviam. Até alguém que recebeu o Espírito de Cristo, como Ananias e Safira, vacilou (cf. At 5,1-11). Resta perguntar-se sobre o que o ser humano entende por felicidade. Se ele não se contentou com o estar com Deus no Éden (cf. Gn 3), e se cometeu horrores na construção do paraíso terreno (mau uso dos bens), onde está sua meta? Qual a forma de atingi-la?
O ser racional percebe não estar sozinho no mundo. Encontra-se interpelado pelo Criador que pôs tudo sob seu comando, e ainda lhe tornou bênção para as gerações[1]. A Aliança lhe deu estrutura religiosa, social e jurídica[2]. Só que em vez de gerir para a salvação, o fez como dominação. No episódio da torre de Babel (cf. Gn 11,1-9) é mostrado como a arrogância das potências políticas contra Deus chegou às alturas. A cobiça se tornou força tal que eliminou o Servo (cf. Is 53), crucificou Jesus (cf. NT) e continua tentando destruir seus seguidores. É tipo de mal que pode operar em elementos humanos como a política, a religião, as relações pessoais, etc. Resta a Boa-Nova do Reino de Deus como contraposição à divinização de tais forças administrativas[3].
É Jesus quem faz brotar na história o Reinado divino que se completará na Parusia[4]. Com a fé cristã emerge aquela felicidade salvadora almejada pelo espírito humano. Até o ethos econômico será transfigurado pela solidariedade igualitária, como libertação dos corações. Agora a atitude ética e religiosa na lida com a propriedade será medida pela disponibilidade ao Reino de Deus. O mau uso dos bens acarreta pecado pessoal e social, contrapõe-se à salvação. Surgem novas relações, nova Esperança!



[1] Cf. BÍBLIA DE JERUSALÉM. Paulus, 2002, Gn 32, 23-33[nota c)]; 35, 9-13.
[2] Cf. MINETTE, Tillesse Pe. Caetano. Eclesiologia. 1/1, Fortaleza-CE: NJ, 1986, pp. 26ss.
[3] São compreensões retiradas de obras como: ANDRADE, Aíla Luzia Pinheiro de. “Eis que faço novas todas as coisas” – Teologia Apocalíptica. São Paulo-SP: Paulinas, 2012, pp. 101-106; e WRIGHT, Nicholas Thomas. O mal e a justiça de Deus, Viçosa: Ultimato, 2009, pp. 42.43.72.81.
[4] Cf. BRAKEMEIER, Gottfried. Reino de Deus e Esperança apocalíptica. São Paulo-SP: Sinodal, 1984, pp. 06-67; ANDRADE, Aíla Luzia Pinheiro de. Op. Cit. pp. 104-110.

terça-feira, 9 de outubro de 2012


Olá caríssimos irmãos, paz e bem!
AVISAMOS que o ENCONTRO VOCACIONAL de outubro será dia 21, 3ª domingo, devido o 4ª domingo haver eleição. Então avisem uns aos outros! Acontecerá na Cúria Provincial, Centro de Fortaleza-CE, Av. Duque de Caxias, 235 A, Sagrado Coração de Jesus. Das 08h00 às 14h30. Contamos com vossa compreensão e presença fraterna!

SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL (SAV) DA PROCEPI.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012




FESTA DO SERÁFICO PAI SÃO FRANCISCO DE ASSIS,
DIÁCONO E FUNDADOR DE TRÊS ORDENS - 04 DE OUTUBRO DE 2012

EVANGELHO (Lc 10, 1-12):
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’. 10Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11‘Até a poeira de vossa cidade que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

HOMILIA (Por Frei Roberildo, OFMCap, fruto da cadeira de Homilética, no curso de Teologia)

Meus caríssimos irmãos e irmãs, Paz e Bem! É com esta saudação franciscana que acolho mais uma vez a cada um de vós, quando também me dirijo nesta grande festa do Pobrezinho de Assis, para que entremos naquela mística que tão profundamente o animou. Com esta saudação já começamos a saborear da espiritualidade daquele que tão fielmente procurou seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo. E esta saudação de “Paz e Bem” que nosso Seráfico Pai tão benevolamente pronunciava ou escrevia quando se dirigia a alguém, qual fervoroso “amigo da paz”, já nos remete à centralidade da mensagem do Senhor aos seus seguidores nos inícios da Igreja: “a paz esteja convosco”. Foi assim que o Ressuscitado cumprimentou os seus amigos. Igualmente a passagem do Evangelho que acabamos de escutar, narrado por São Lucas, mostra a fundamental importância de em primeiro lugar em nossa ação evangelizadora dizermos: “A paz esteja nesta casa!” Lucas ainda acrescenta a afirmação do Senhor que diz: “Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós”. Pois sabeis caríssimos irmãos e irmãs, que estamos festejando um grande amigo da paz. Aquele que durante sua vida cultivou a verdadeira Paz de Deus dentro de si e ao seu redor. Oxalá buscássemos também nós imitá-lo nos dias atuais!
Mas nesta festa de São Francisco de Assis a passagem evangélica que ouvimos quer nos comunicar algo a mais que o tema da paz. Além de ser uma passagem que trás uma profundidade espiritual para a vida cristã missionária, para entendermos nossa missão evangelizadora com coerência, trás ainda o envio que Jesus faz de um novo grupo de discípulos: o grupo dos 72. Eles são enviados “na frente” do Senhor, como precursores, como preparadores da chegada do Reino de Deus. Pela simbologia do número 72 que é múltiplo de 12 servindo para representar a totalidade do povo de Deus, fica expressa a universalidade da missão da Igreja nascente. Fica ainda claro que a missão não é uma tarefa somente de alguns, do grupo dos doze, mas uma obra também de muitos, dos leigos, ou seja, de todos os cristãos. Assim, a missão é universal desde a sua origem. O texto especifica que Jesus envia “dois a dois”, pois o anúncio do Evangelho não é uma tarefa pessoal, mas de uma comunidade. O fato de serem enviados de dois a dois também quer mostrar a credibilidade do testemunho, além do fato do encorajamento que um pode dar ao outro evitando o desânimo diante das dificuldades.
Irmãos e irmãs, essa passagem do Evangelho com os temas que já frisamos, no caso da paz, da missão universal cultivada a muitas mãos, do encorajamento dos missionários indo de dois em dois, da credibilidade que isso favorece, ou mesmo a temática do cultivo das vocações, pois a Messe é grande e os operários são poucos, trás ainda outra temática que é especial para nós que seguimos de perto os passos do Poverello de Assis. É a temática da pobreza, do total desapego, da desapropriação absoluta. Pois foi uma das passagens evangélicas principais e marcante da vocação daquele jovem de Assis, filho do comerciante Pedro Bernardone. Sobretudo, pode também iluminar a sensibilidade cristã e vocacional de muitos jovens de hoje, e até mesmo, os que estão nesta celebração, para que se disponham a dá resposta generosa ao chamado de Deus em suas vidas.
É percebível no jovem Francisco em seu processo de conversão, já a partir de 1204, a atuação como um piedoso católico, quando procurou veementemente participar dos sacramentos da Igreja com fidelidade crescente. Ele se sentiu inquieto e colocou suas angústias diante do Senhor, o Deus de sua fé. Ele nos ensina muito com sua fidelidade à verdadeira fé, ele não vacila. Ele não centra suas buscas só aonde se encontre servos (as glórias mundanas), mas ultrapassa tudo isso confiando no verdadeiro “Senhor”, Jesus Cristo. Ele não segue o caminho das heresias ou propostas que desfigurem o Evangelho do Filho de Deus. O jovem Francisco inquieto pelas perturbações do mundo com suas sugestões, vai é à Igreja vivenciar a sua fé! É lá em sua participação no culto Eucarístico que em uma festa religiosa, a festa de São Matias, que ao ouvir a passagem do Evangelho que dizia: “Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, nem duas túnicas,...”, ele procura depois da Missão o Padre para pedir explicação do que aquele mandato significava. E, ouvindo o esclarecimento diz: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu ambiciono de todo o coração” (cf. ICel 22). Assim, o Jovem inquieto encontra a resposta que dará à sua existência um novo horizonte.
Mas mesmo depois de ter ouvido o Cristo do Crucifixo lhe falar em orações lá na igrejinha de São Damião, Francisco continuava se perguntando como concretizar aquele projeto de vida que há tempo existia em seu coração. A resposta só veio, como vimos, após a escuta da Palavra de Deus no Evangelho proclamado na Igreja (Mt 10; Mc 6; Lc 9 e 10). Foi aí que se deu o estalo e seu coração se sensibilizou a mudar de vida. Portanto, a ideia, a intuição, a inspiração que tem naquele instante, dar um rumo decisivo à sua vida. Tudo o resto agora gira em torno disso. Foi naquela escuta da Palavra de Cristo na Igreja que nasceu sua inspiração primigênia, o sistema-eixo da vida, do carisma e da espiritualidade de Francisco. Como também a compreensão de sua missão, de seu movimento na Igreja, do caminho, dos agentes e dos marcos normativos, que condicionam a história de um Carisma tão rico de manifestações na Igreja. Pois fundara três Ordens religiosas: os Frades, as Clarissas e os Seculares, a servir a Igreja.
Portanto, meus caríssimos irmãos e irmãs, estamos diante da festa de um grande baluarte da espiritualidade cristã. No Século XIII ele sustentou a fidelidade ao Evangelho ajudando a nossa amantíssima Igreja Católica a superar muitos desafios. Oxalá nós também hoje, nos dispuséssemos como aquele homenzinho a sermos fieis à nossa fé, cultivarmos nossa vocação. Para construímos fraternidades numa sociedade tão desigual. Não dá para sermos condizentes com a deturpação dos valores humanos e cristãos. Temos que agir cristãmente, sermos propagadores da verdadeira Paz e do verdadeiro Bem. Só assim seremos profetas do Reino de Deus e honraremos os ensinamentos do santo o qual dizemos sermos devotíssimos. Não basta lhe pedirmos milagres, é preciso realmente imitá-lo no seguimento de Cristo!
Enfim, que o Seráfico pai São Francisco rogue por nós, os Frades, para sermos fiéis ao Evangelho. Rogue pelas irmãs Clarissas que festejam neste ano de 2012 os 800 anos da fuga da jovem Clara para o Movimento Franciscano, fundando aí seu Carisma. Rogue também pelos leigos e leigas que se consagram na Ordem Franciscana Secular. Que ele roque abundantemente por todos os seus devotos. Assim seja! Amém! 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Dia 23/09/12 houive o Encontro Vocacional no Pirambu, Fortaleza-CE,  Com Irmã Aila Pinheiro na asserssoria, e Frei Francisco Lopes Neto presidindo a Eucaristia! Foi uma bênção!!! Rezemos todos pelas Vocações!
ano da fé

No próximo sábado (29), será realizada mais uma Assembleia da Sub-região de Aparecida, no Seminário Santa Terezinha em São José dos Campos (SP).

O tema será 'O ano da Fé' e o assessor será o Padre Antônio Luiz Catalã, membro da Comissão para a Doutrina da Fé da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

O evento começa às 7h30 e termina às 13h.

Cerca de 250 pessoas das dioceses de Aparecida, Taubaté, Lorena, São José dos Campos e Caraguatatuba devem participar do encontro.

O 'Ano da Fé' terá início no dia 11 de outubro de 2012, no cinquentenário da abertura do Concílio Ecumênico Vaticano II, e aniversário de vinte anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.

Ele terminará na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, no dia 24 de novembro de 2013.

No mês de outubro também será realizado em Roma mais um Sínodo dos Bispos, cujo tema será sobre a Nova Evangelização.

Os eventos mais importantes deste especial ano contarão com a presença do Santo Padre e serão realizados em Roma.

A abertura do Ano da Fé será na Praça de São Pedro (na quinta-feira 11 de outubro) com uma solene Eucaristia, concelebrada por todos os Padres sinodais, os presidentes das Conferências Episcopais e alguns clérigos que participaram do Concílio Vaticano II.

O Cardeal de Aparecida e presidente da CNBB, Dom Raymundo Damasceno Assis, estará presente na celebração.


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A12 - 'Ano da Fé' será o tema da Assembleia da Sub- região de Aparecida

A12 - 'Ano da Fé' será o tema da Assembleia da Sub- região de Aparecida

sábado, 22 de setembro de 2012

 
AMANHÃ, DIA 23/09, ESTAREMOS CELEBRANDO O SANTO FREI PIO DE PIETRELCINA!!! REALIZAREMOS O ENCONTRO VOCACIONAL NA FRATERNIDADE CAPUCHINHA DO PIRAMBU, FORTALEZA-CE. E SOLENIDADE DE PADRE PIO, ÀS 15h00, NA PARÓQUIA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS, PRESIDIDA POR FREI LOPES, OFMCap.
Padre Pio de Pietrelcina, nascido Francesco Forgione, (Pietrelcina, 25 de maio de 1887San Giovanni Rotondo, 23 de setembro de 1968) foi um sacerdote católico italiano, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, elevado a santo pela Igreja Católica como São Pio de Pietrelcina.
Foi ainda em vida, de uma veneração popular de grandes proporções, principalmente por uma de suas capacidades de curar os enfermos.
O procedimento que levou à sua canonização teve início com o nihil obstat de 29 de novembro de 1982. Em 20 de março de 1993 foi começado o processo diocesano para sua canonização. Em 21 de janeiro de 1990 Padre Pio foi proclamado "venerável", beatificado em 2 de maio de 1999 e foi canonizado em 16 de junho de 2002, proclamado na Praça de São Pedro pelo pontífice Papa João Paulo II como São Pio de Pietrelcina.
A sua festa litúrgica é celebrada dia 23 de setembro.
No dia seguinte à sua canonização, o Santo Padre Papa João Paulo II disse que "Acima de tudo, ele foi um religioso que sinceramente amou Cristo crucificado... ele participou no mistério da Cruz."

Oração de Padre Pio
“Jesus, Que nada me separe de Ti, nem a vida, nem a morte. Seguindo-Te em vida, ligado a Ti com todo amor, seja-me concedido expirar contigo no Calvário, para subir contigo à glória eterna; Seguirei contigo nas tribulações e nas perseguições, para ser um dia digno de amar-Te na revelada glória do Céu; para cantar-Te um hino de agradecimento por todo o Teu sofrimento por mim. Jesus, Que eu também enfrente como Tu, com serena paz e tranqüilidade, todas as penas e trabalhos que possa encontrar nesta terra; uno tudo a Teus méritos, às Tuas penas, às Tuas expiações, às Tuas lágrimas a fim de que colabore contigo para a minha salvação e para fugir de todo o pecado – causa que Te fez suar sangue e Te reduziu à morte. Destrói em mim tudo o que não seja do Teu agrado. Com o fogo de Tua santa caridade, escreve em meu coração todas as Tuas dores. Aperta-me fortemente a Ti, de maneira tão estreita e tão suave, que eu jamais Te abandone nas Tuas dores. Amém!” (Padre Pio de Pietrelcina)

Os sinais milagrosos

Padre Pio de Pietrelcina com os estigmas.
Entre os sinais milagrosos que lhe são atribuídos encontram-se as estigmas, que duraram cinqüenta anos (20 de setembro de 1918 a 23 de setembro de 1968), e o dom da bilocação. Entre os muitos milagres, está a cura do pequeno Matteo Pio Colella de San Giovanni Rotondo sobre o qual se assentou todo processo canônico que fizeram do frade São Pio.
Entre os tantos relatos de bilocação, há o contado por Dom Luigi Orione também proclamado recentemente santo. Santo Orione contou que em 1925, sendo um dos tantos devotos de Santa Teresa de Lisieux, encontrava-se na praça de São Pedro para as celebrações em honra da mística francesa quando apareceu inesperadamente em sua frente Padre Pio. Todavia, segundo o relato de muitas pessoas, Pio nunca saiu do convento onde viveu de 1918 até sua morte.

Estigmas

Padre Pio recebeu seu primeiro estigma aos 23 anos durante um período de convalescência em casa. Desejando não chamar atenção para si próprio, ele suplicou a Deus para lhe tirar os sinais das chagas de Cristo. Deus respondeu à sua oração. Os sinais externos do estigma sumiram.
Em setembro de 1918, contudo, depois de ser transferido para um convento muito pobre e distante, o Monastério de Nossa Senhora da Graça em São Giovanni Rotondo, Padre Pio recebeu os sinais físicos dos estigmas novamente.
Por 50 anos, ele carregou aquelas dolorosas chagas que causavam não somente agonia física, mas também sofrimento psicológico e espiritual. Padre Pio, um humilde frei que desejava permanecer oculto e que uma vez referiu-se a si próprio como insosso "macarrão sem sal", de repente tornou-se o centro das atenções.

Reconhecimento ao longo da História

Os santos Papas reconheceram a santidade e importância do Pe. Pio ao longo da história:
Papa Bento XV disse: "Padre Pio é um daqueles homens extraordinários que Deus envia de vez em quando à terra para converter os homens".
Papa Paulo VI: "Veja que fama ele alcançou! Que clientela mundial reuniu em torno de si! Mas por quê? Por que era um filósofo? Por que era um sábio? Por que dispunha de meios? Não, mas porque rezava a Missa humildemente, confessava de manhã à noite; era, difícil de dizer, representante estampado dos estigmas de Jesus. Era um homem de oração e de sofrimento." (20 de fevereiro de 1971).
Papa João Paulo II (Homilia na canonização do Padre Pio de Petrelcina)[2]:
Domingo, 16 de Junho de 2002: "Padre Pio foi um generoso dispensador da misericórdia divina, estando sempre disponível para todos através do acolhimento, da direcção espiritual, e sobretudo da administração do sacramento da Penitência. O ministério do confessionário, que constitui uma das numerosas características que distinguem o seu apostolado, atraía numerosas multidões de fiéis ao Convento de San Giovanni Rotondo. Mesmo quando aquele singular confessor tratava os peregrinos com severidade aparente, eles, tomando consciência da gravidade do pecado e arrependendo-se sinceramente, voltavam quase sempre atrás para o abraço pacificador do perdão sacramental.
Oxalá o seu exemplo anime os sacerdotes a realizar com alegria e assiduidade este ministério, muito importante também hoje, como desejei recordar na Carta aos Sacerdotes por ocasião da passada Quinta-Feira Santa".
16 de junho de 2002, durante o Angelus: "Que Maria pouse a sua mão materna sobre a tua cabeça". Este voto, dirigido a uma filha espiritual, o dirija hoje o Padre Pio a cada um de vós. À protecção materna da Virgem e de São Pio de Pietrelcina confiamos o caminho de santidade de toda a Igreja, no início do novo milénio."

terça-feira, 18 de setembro de 2012

 
Queremos agradecer a todos que rezaram e estiveram em sintonia conosco em nosso aniversário! Que Deus vos abençoe constantemente!!!
Também queremos a gradecer a nosso irmão Frei Lopes, OFMCap, que brindou com este texto maravilhoso sobre o que foi celebrado em nosso anirsário! Paz e bem! Deus o ilumine em sua missão em Roma!

aqui está o texto de Frei Lopes na íntegra:

29º ANIVERSARIO DA PROCEPI
...

Dezessete de setembro é a festa litúrgica dos Estigmas (Chagas) de São Francisco, aprovada pelo Papa Bento XI, para recordar o maravilhoso prodígio acontecido enquanto o Santo de Assis fazia a quaresma de São Miguel sobre o Monte Alverne em 1224 quando, Cristo a ele apareceu como um Serafim com seis asas, conforme relatam seus biógrafos, e dali em diante ele tornou-se ...Francisco das Chagas, o Seráfico Pai de tantas gerações de irmãos e irmãs.
Esta festa litúrgica para toda a Família Franciscana é ainda o dia da ereção canônica da Província dos Capuchinhos do Ceará e Piauí (PROCEPI) que tem como patrono justamente São Francisco das Chagas. Este ano celebramos 29 anos de fundação da nossa amada Província, fruto do árduo e heróico trabalho missionário de capuchinhos franceses e italianos que, por muitos anos de forma itinerante percorreram o Norte e Nordeste do Brasil e cujo trabalho é hoje perpetuado pelos frades brasileiros que neste amplo e empobrecido território esforçam-se para serem fiéis aos ideais do fundador.
No mesmo tempo em que em Roma se celebra o LXXXIVº Capítulo Geral Eletivo da Ordem Capuchinha e nos preparamos para o Capitulo Provincial em dezembro próximo vindouro, com um almoço fraterno, vésperas solenes e Santa Missa de Ação de Graças no Santuário Coração de Jesus em Fortaleza, louvamos e agradecemos ao Deus Altíssimo pelas bênçãos derramadas sobre nossa fraternidade provincial, ao tempo em que pedimos, por intercessão da Virgem Imaculada e de São Francisco das Chagas, a luz, perseverança no bem e fidelidade para os próximos anos da nossa missão.
Louvado seja Deus que nos chama, envia e confirma no seu amor infinito!

Frei Francisco Lopes, OFMCap
Doutorando em Teologia da Comunicação
Pontificia Universitas Lateranensis, Roma, Itália.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012


VISITA VOCACIONAL ÀS FAMÍLIAS DOS VOCACIONADOS
DE JUAZEIRO DO NORTE-CE
E REGIÃO DO CARIRI
DE 15 a 16/09/12
FREI ROBERILDO E
FREI RICARDO GALENO

ROTEIRO DAS VISITAS DOS VOCACIONADOS

Dia 15 - Saída de Juazeiro do Norte para Lavras da Mangabeira, aí mesmo, almoço na casa do João Bosco. Logo após o almoço, seque-se para Baixio visitar Rafael e depois para Ipalmirim, visitar nosso Irmão Raul Jardel. Logo apos segue-se para Mauriti. Dormida em Mauriti na casa de Djalma.
                                         Dia 16 - Pela manhã visitar nosso humilde Francisco em Umburanas. Almoço na casa do Djalma, depois do almoço segue-se para Brejo Santo visitar Nosso Irmão Michel. Voltando pela Br.116 de Brejo a Juazeiro do Norte.

CONTAMOS COM AS ORAÇÕES DE TODOS!


PAZ E BEM!

quinta-feira, 16 de agosto de 2012


O CARISMA FRANCISCANO



1. Inspiração e sistema-eixo: restaurar a Igreja vivendo segundo a forma do santo Evangelho

Carisma:força divina conferida a uma pessoa, mas em vista da necessidade ou utilidade da comunidade religiosa. Qualidades especiais ou conjunto destas” (Dic.).

Francisco foi um homem carismático, original e inspirado. Suas concepções, idéias e planos, são intuições repentinas nascidas em momentos fortes de busca, de escuta da voz de Deus. Deus lhe fala em sonhos, nas situações existenciais, no crucificado em São Damião e principalmente através da mensagem evangélica.

A partir daí, Francisco alimenta a convicção profunda de que o Senhor lhe chamou: “O Senhor me revelou....”; “o Senhor me deu...”(Test. 14). E mesmo sentindo segurança com tais experiências, ele leva anos para tomar consciência clara dos desígnios de Deus sobre ele e da missão que lhe era confiada. Foi longo processo de maturação evolutiva.

Em 1205 Francisco prepara-se para ser armado cavaleiro, sua maior ambição. Vê em seu sonho um magnífico castelo cheio de armas e uma noiva belíssima. Tudo seria seu e de seus companheiros. Fica exultante. Toma o sonho como presságio de êxito (1Cel 6). Mas outra noite enquanto dormia na cidade de Espoleto, uma voz lhe pergunta: “quem poderia oferecer-te mais vantagens, o servo ou o Senhor?” Francisco responde: “o senhor!” E a voz: “por que então procuras o servo em vez do Senhor?” E Francisco: “Senhor, que queres que eu faça?” E a voz: “regressa para a terra de teu nascimento ..., porque lá a visão que tiveste realizar-se-á numa dimensão espiritual” (2Cel 6). Francisco volta para Assis, se retira a lugares solitários,... reza, medita: “Senhor que queres que eu faça?” um dia na igrejinha de S. Damião, o Cristo do crucifixo lhe fala: “Francisco, vai e restaura a minha casa que, como vês, está em ruínas” (2Cel 10). Francisco de repente pensa: “Ah! É isto que Deus quer de mim!” E restaura igrejas abandonada. Depois pensa e medita: “que igreja Cristo quer que eu restaure?” Descobre que é preciso restaurar a Igreja povo, Sociedade. Mas como fazer isso? Como concretizar o projeto de vida há tempo existia em seu coração?

            A resposta veio após a escuta da Palavra de Deus no Evangelho proclamado na Igreja (Mt 10; Mc 6; Lc 9 e 10). Foi aí que se deu o estalo e seu coração se sensibilizou a mudar de vida: “É isto que eu quero, é isto que eu procuro, é isto que eu ambiciono de todo o coração” (1Cel 22). A idéia, a intuição, a inspiração que tem naquele instante dar um rumo decisivo à vida de Francisco. Tudo o resto gira em torno disso. É a partir disso que sempre se parte para descobrir a inspiração primigênia, o sistema-eixo da vida, do carisma e da espiritualidade de Francisco, sua missão e seu movimento na Igreja, o caminho, os agentes e os marcos normativos.

Mas, interpretações diversas acerca do carisma já surgiram contemporaneamente ao fundador. A tendência pauperística: “viver na pobreza, sem ouro, nem prata e nem cobre”. A clericalista:“assumir a missão dos apóstolos, ser clérigo, tonsura, privilégios.”

Francisco não queria apenas viver a pobreza, nem ocupar cargos nem lugares privilegiados, não queria ter poder nas mãos, não queria sentar à direita ou à esquerda de Cristo. Ele sentia que viver segundo a forma do santo Evangelho era ocupar o último lugar, pôr-se a serviço de todos, ser menor e fraterno como Cristo que veio para servir é não para ser servido. Era renunciar a si mesmo e não ser armado cavaleiro, era renunciar a seus sonhos de grandeza e não passar para a classe dos nobres, era tomar a sua cruz e seguir Jesus. Era promover a paz no meio dos conflitos humanos, religiosos e sociais. Era vender tudo, não ser comerciante ou dono de feudos, dar aos pobres e seguir Jesus. Não era fugir aos leprosos e doentes, era curar-los, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos (Mt 10,8). Aproximar-se, aceitar-los e cuidar deles. Enfim, era mudar de lugar social e sentir-se bem entre os pequenos, pobres e doentes, leprosos; era ser menor, solidário e fraterno (Test 2).

E a razão profunda que levou Francisco a isso, era o convite de Cristo no Evangelho e na oração/meditação: “Francisco, vai e restaura a minha casa que, como vês, está em ruínas” (2Cel 10). Então, viver segundo a forma do santo Evangelho foi a maneira que Cristo inspirou a Francisco para viver sua vocação: restaurar a Igreja e transformar a Sociedade... “E tornar a sociedade uma grande família de irmãos” (Crocoli, p.87). Esta “é a inspiração primigênia e central do Carisma franciscano” (Fr. Jaime, p. 07). Assim, o núcleo central de nosso carisma é um modo de ser, de viver, capaz de transformar e restaurar as relações em vista da solidariedade e fraternidade, em vista de uma paz verdadeira fundada no amor. É a missão da paz conforme seus biógrafos (Crocoli, pp. 87-88). Esta missão leva Francisco a ultrapassar as fronteiras da Igreja, do Cristianismo, e as fronteiras do humano, e chegar à dimensão cósmica.

Só que esse modo pacífico de ser, precisa necessariamente passar pela mediação da fé, da conversão profunda, concretizando-se num projeto de vida descentrado de si mesmo e impregnado pela dinâmica do amor que vai até os mais ínfimos espaços para restaurar o homem, e preservar toda forma de vida (Crocoli, p.73-79).



2. O caminho para viver segundo a forma do santo Evangelho e transformar a sociedade é a Minoridade

No carisma franciscano a Minoridade é um dos componentes básicos. Compreende: pobreza e mudança de lugar social, desapropriação absoluta, atitude de peregrinos e forasteiros, espírito de serviço e trabalho.

2.1- Pobreza e mudança de lugar social

Francisco não define a pobreza, “quis ser pobre por que o Senhor se fez pobre por nós neste mundo” (RB VII). Pobreza para ele não era ascese. E sim mudança de lugar social, era conseqüência do amor a Cristo pobre. Exemplo disso é: “O Verbo do Pai que quis com a Virgem Maria escolher a pobreza”(2Fi). Francisco assume a pobreza-kenosis de Cristo: “esvaziamento dos esplendores divinos para colocar-se disponível nas mãos do Pai a serviço do ser humano”(Fil 2,6-8).

Segundo Frei A. Fragoso, OFM, os biógrafos não conseguem chegar a um acordo sobre qual terá sido o amor maior de Francisco: “se o Cristo feito pobre na cruz, ou se o pobre feito Cristo na terra” (Rev. Fcana. vol. I, n. 1e2, 2001, p. 46).

2.2- desapropriação absoluta

A fé revela a Francisco que Deus é o Sumo Bem. Daí todos os bens pertencer a Ele. “Não nos pertence senão os nossos vícios e pecados”(RB VI). Para Francisco, a desapropriação externa é condição para a desapropriação interna e para a total disponibilidade para servir. O verdadeiro pobre se fia em Deus (Adm XIV). É uma desapropriação não em sentido jurídico, mas em sentido evangélico, comunitária (RBVI). Deve-se considerar sempre “servo inúltil”(Lc17,10). Pois os inimigos principais da pobreza e da união fraterna são o egoísmo e o individualismo. Estes criam distâncias entre as pessoas.

2.3- Atitudes de peregrinos, itinerantes

Quem tem a segurança nas mãos do Pai celestial, quer como Cristo, ser pobre, desinstalado, não ter onde repousar a cabeça (Mt 8,20), quer sempre estar totalmente disponível para o Reino de Deus. Daí Francisco não querer instalação, mas “viver numa atitude de peregrino e forasteiro neste mundo, servindo a Deus na pobreza e humildade (RB VI), à maneira dos apóstolos enviados dois a dois” (1Cel 29).

Com isso, Francisco rompe os muros das clausuras e funda uma nova vida religiosa, popular e apostólica, em seu tempo, no meio do povo (Baldomero, I, p. 757). Daí a característica do Frade Menor ser: viver desinstalado neste mundo a exemplo da Igreja peregrina, e sendo sinal escatológico da vida que há de vir.

Foram as exigências dos tempos para a formação dos candidatos à Ordem que obrigaram os franciscanos a terem moradias estáveis. Mas continua o apelo a não assumirem compromissos contra a itinerânça.

2.4- Espírito de serviço e minoridade

Não ostentar da própria pobreza e desistalação, “mas preferir cada um julgar e desprezar a si mesmo” (RB II). Para Francisco, ser menor era achar-se com gosto entre pessoas humildes, pobres, doentes, e abandonadas; era mudar de lugar social; era amar, ter estima e admiração para imitar Cristo servo (Mt 20,28). Isso exige renúncia do “eu” após ter renunciado o “meu”.

A pobreza-minoridade é a disposição face ao Altíssimo: “Quem sois Vós e quem sou eu?” A verdadeira humildade é situar-se na verdade, que somos frágeis, mas valorizar as potencialidades e colocar-se a serviço na alegria perfeita.

2.5- Espírito de trabalho

Na tradição monástica, o valor atribuído ao trabalho era ascético: “evitar o ócio e vencer as tentações” (RB V). Francisco tem um concepção mais evangélica e mais moderna, vendo o trabalho em função da fraternidade e da minoridade. O trabalho para ele é uma graça (RB V; Test. 20-21), é algo próprio dos servos e de quem exerce uma profissão para o sustento humano (contanto que seja trabalho honesto/RnB VII), levando em conta os dons recebidos de Deus. Então o trabalho é o meio normal de subsistência do frade menor e do homem. “Não socorrer aos necessitados é um furto”. Deve-se ter uma disponibilidade minoritica de “diaconia” a serviço da família humana. Renunciar a uma justa remuneração é anti-social o trabalho deve ser uma prática de solidariedade humana na busca dos valores espirituais do Reino dos céus (RBV).

3. A Fraternidade: a gente de transformação social

Este é um dos elementos mais significativos do carisma franciscano. “Antes de descobrir a fraternidade, Francisco descobriu o irmão. No irmão-homem revelou-se Cristo-irmão. E através de Cristo e seu Evangelho Francisco foi absorvendo o sentido pleno da paternidade Universal de Deus e família dos filhos de Deus, que irmanam os batizados, os homens todos e a criação inteira” (Fr. Jaime, p.16; Mt, 6,9; 23, 8 -9). A fraternidade franciscana é a que une os homens no amor do mesmo Pai e em beneficio da mesma salvação integrada pelo Espírito Santo.

A comunidade beneditina com seu “Ora et Labora” tinha sua regra, a agostiniana e premonstratense, tinham as suas regras: a vida comum com unidade externa e interna dirigida com um superior, pai. Na fraternidade franciscana a única que os frades tem para pôr em comum é o amor fraterno, o única força de coesão e segurança de vida, na confiança na Providência divina. Aqui os atos em comum (oração, refeição) são momentos fortes de encontros e de convivência fraterna. É uma fraternidade sem superior nem pai, feita só de irmãos que cuidam uns dos outros. Daí seu carisma ser itinerante e missionário, que reúnem em fraternidade para viver a forma do santo Evangelho no mundo pregando a paz, numa comunhão intima independente da distância  geográfica,  e aberta para todos os homens e mulheres e criaturas do universo. “Pois Francisco percebia com agudeza as coisas ocultas do coração das criaturas” (ICel 81).

4. Os marcos normativos do movimento franciscano
Modelo concreto: Deus, o Sumo Bem e Cristo; o Espírito Santo e sua santa operação; submissão a Igreja Romana e a liberdade filhos de Deus.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Conhecendo o que se entende por Vocação

Vocação à Vida
O dom mais excelente que recebemos de Deus é a vida. São Paulo diz que o Senhor nos amou “antes de ter feito este mundo”. “Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do céu nos abençoou com toda bênção espiritual em Cristo, e nos escolheu nele antes da criação do mundo [...]” (Efésios 1, 3).
Isto quer dizer que Ele nos ama com um “amor eterno”. Antes de criar o primeiro átomo de hidrogênio, há bilhões de anos, Ele amou cada um de nós. Antes de sermos filhos de nossos pais, já éramos filhos amados de Deus.
A Igreja ensinou, no Concílio Vaticano II, que “o homem é a única criatura que Deus quis por si mesma” (GS 24). Tudo o mais foi feito para nós.
Você tem valor! Cada vida humana tem muito valor porque foi criada à “imagem e semelhança de Deus” (Gênesis 1, 26). A prova inequívoca disso é o fato de Deus se fazer homem na Pessoa de Jesus e entregar a Sua vida em resgate de cada um de nós. Depois disso, ninguém mais tem o direito de duvidar do seu valor e do amor de Deus por nós.
O universo é belo e ordenado; “Cosmos” quer dizer belo. Mas tudo isso “não sabe que existe”; não tem alma, não tem inteligência, não tem vontade e não tem consciência. O universo não pode reconhecer o seu Criador, mas você o pode. São Paulo diz que ele foi criado para “o louvor da glória de Deus” (cf. Efésios 1,6.12).
A importância do ser humano
Santo Irineu (†202) dizia que “o homem é a glória de Deus”. Por isso, cada criatura humana é mais importante do que todo o Cosmos. Cada um de nós vale mais do que os quintiliões de estrelas... Nós somos “a meta de toda a criação”, a voz e a alma do universo. É por intermédio da pessoa humana que a matéria bruta, a planta silenciosa e o animal selvagem dão glória ao Criador.
Um grito de júbilo explodiu no universo quando a vida se tornou consciente, inteligente, dotada de vontade e liberdade. Podemos dizer, como o poeta, que o Cosmos “chorou” de alegria quando viu você surgir das mãos de Deus. Depois de bilhões de anos de preparação, o Altíssimo nos formou para sermos reis do universo. Cada um de nós tem um lugar especial neste mundo, cada um tem uma missão a cumprir. Por isso não podemos nos arrastar como escravos. Cada homem, por mais sofrido que seja, sintetiza no seu ser todo o universo criado e dá glória ao Criador. Quando você foi gerado, de todos aqueles milhões de espermatozóides de seu pai, apenas um fecundou aquele óvulo bendito de sua mãe: daí nasceu você. Por isso, ninguém jamais será igual a você... porque o Criador trabalha com exclusividade. Não aceita repetir as Suas obras.
Entre os mais de seis bilhões de pessoas do Planeta, não há dois que tenham o mesmo código genético (DNA) ou as mesmas impressões digitais. Você é um indivíduo, isso quer dizer único, irrepetível, singular. Sua vida é única, não houve e não haverá outro igual a você na história deste mundo. Então, não podemos deixar de cumprir a missão que Deus nos confia nesta vida, pois isso é que a dignifica.
Em cada um de nós o Criador colocou Seus dons, Sua beleza, Seu amor, para sermos úteis aos outros neste mundo. São João Bosco dizia que “Deus nos colocou neste mundo para os outros”. E para viver isso, o Senhor chama cada um de nós a viver num estado de vida e numa atividade própria de acordo com nossas aptidões; é a nossa vocação.
O chamado de Deus à vocação
Vocação é chamado. E o primeiro chamado de Deus é para vivermos bem a nossa vida, desenvolvendo os talentos que Ele nos deu e os colocando a serviço dos outros. Para isso, é preciso viver de acordo com os valores do Todo-poderoso e não com os do mundo. Viver, sobretudo, o amor a todos; rejeitar o ódio, a inveja, a soberba, a omissão, o mau humor, o rancor, o ressentimento, a mágoa, entre outros. Por outro lado, saber sorrir para todos, desejar o bem a todos, fazer o bem a todos, ser bom como Deus é bom. Então a vida será valorizada.
A maioria é chamada a ser pai e mãe, esposo e esposa; então, vivam com intensidade esse sublime chamado de Deus. Viva intensamente para a família; ame o cônjuge “como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (cf. Efésios 5,25) e gaste seu tempo com os filhos.
Outros são chamados à vida religiosa, para se entregarem totalmente a Deus; é como que uma oblação da vida para servir radicalmente ao Reino dos Céus. São aqueles que Jesus elogiou por terem a coragem de “se fazer eunucos por amor ao Reino” (Mateus 19,12).
Há também aqueles que não se casam, mas podem se dedicar a uma atividade nobre; solteiro ou casado, só o egoísta desperdiça a sua vida. Se o amor conduz à existência, a vida será grande.
Por isso, viva intensamente o presente, jamais aceite desvalorizar a sua vida ou se deixar sufocar pela baixa estima de si mesmo, pois você é um filho amado de Deus. O universo nos pertence, a vida nos foi dada, o céu é nossa herança. Aceite os seus limites, todos os temos, pois eles nos fazem humildes e pacientes. Se você não puder construir um belo palácio, construa uma acolhedora choupana. E viva sem medo, porque o Senhor ressuscitado caminha com você.